Para sobreviver em um cenário com alta disponibilidade de tecnologia, empresas devem se tornar ágeis e ter coragem para implementar as mudanças
por Ademar Leal*
Quem trabalha com TI sabe como o desenvolvimento e a manutenção de sistemas é um caminho repleto de percalços. Um dos motivos é a dificuldade das empresas de grande porte em substituir o seu sistema core. Sendo assim, a organização opta por desenvolver camadas “periféricas e cosméticas” à estrutura atual – o que não resolve o problema sistêmico, somente preserva as deficiências de sempre.
Com um número cada vez maior de módulos periféricos, as interfaces entre os sistemas se tornam mais complexas – porque quanto mais conexões existem, mais difícil é a tarefa de mantê-las. Outro agravante é que dificilmente um módulo é desativado; a prática é sempre de agregar elementos e crescer em uma espiral infinita. Não é raro, portanto, ver boa parte do orçamento da TI destinado, somente, à “sobrevivência” do ambiente.
Como consequência, o núcleo dos processos atuais das empresas é quase o mesmo desde a sua criação. É claro que melhorias foram feitas ao longo dos anos, mas muito da ideia original permaneceu. A questão, então, é que os sistemas não melhoram na mesma proporção em que recebem investimentos. E o que vemos é que os custos não baixam, e os ambientes de sistemas e seus problemas são os mesmos – mas com muito mais pessoas trabalhando em manutenção.
Em um cenário cheio de dificuldades e complexidades, ser o responsável pela TI de uma empresa é um ato de coragem e sobrevivência. Muitos são os questionamentos sobre os motivos que tornam o departamento caro, por que ele não dá os resultados necessários ou não cumpre os prazos estabelecidos. A expectativa é sempre de gerar ruptura, mas deve haver um esforço maior para que isso aconteça. Trata-se de um paradoxo: ao mesmo tempo em que muitas organizações buscam modernizar suas tecnologias, não existe uma atitude proativa para isso, como, por exemplo, disponibilizar recursos suficientes. O que há é muito mais a vontade do que a ação. No mercado de seguros, os exemplos de empresas bem-sucedidas nesse caminho rumo à modernização são raros – como a Lemonade, nos Estados Unidos. Em geral, nas grandes organizações tudo é bastante burocrático e esse desafio de ruptura costuma ser encarado somente por negócios menores.
Para transformar esse quadro, o primeiro passo é reconhecer a necessidade da mudança. Deixar os processos e as soluções da forma como estão, enraizados no passado, não trará desenvolvimento – e pode, inclusive, comprometer a sustentabilidade da empresa. Uma TI mais produtiva passa por profissionais e processos direcionados a uma nova forma de pensar, na qual o principal desafio a conquistar é a agilidade dos processos.
(*) Ademar Leal é consultor independente e parceiro da Sistran
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15 de agosto de 2018 | Atualizado dia 25 de julho de 2018
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