Temos o nosso próprio entendimento do que são ecossistemas. Imaginamos interdependência, complementaridade, e um produto final que é resultado harmonioso da colaboração das partes.
Já dizia um amigo: “Juntos vamos mais longe”. A alcateia, o cardume, a colmeia são exemplos da natureza para demonstrar que a atuação em grupos gera prosperidade. A língua portuguesa tem nos coletivos a relevância de palavras que descrevem os grupos: turma de alunos, comitiva de boiadeiros, tribo de índios e por aí afora. Por que seria diferente no mundo digital?
Participamos de comunidades digitais, mas a maioria ainda as utiliza como passatempo. Conheço poucos que atuam profissionalmente em comunidades, ou, num conceito mais estruturado, como ecossistemas digitais, com o objetivo de aprendizado, sustento e prosperidade.
Por que isto ocorre? Acredito que a principal razão seja o fato de os ecossistemas digitais serem novidade em nossas vidas. Ainda estamos avaliando, em breve saberemos como utiliza estes “locais” e o seu potencial para o nosso bem e da comunidade.
Especialistas dizem que no mundo digital somos diferentes – mais destemidos. É fácil ver a energia investida na defesa de posições e ideias, muitas vezes isto jamais ocorreria no mundo “real”. Parece que temos os ingredientes para seguir em frente, partindo do campo das ideias para o das ações.
Estou lendo o livro Plataforma – A Revolução de Estratégia, de Geoffrey Parker, Marshall Alstyne e Sangeet Choudary. O livro descreve como as tecnologias digitais estão transformando o mundo, a economia e os negócios em alta velocidade.
Não podemos postergar a nossa atuação neste novo mundo digital. Este é de todos, pobres e ricos, instruídos e nem tanto. Engana-se quem acredita que é coisa de nerd, ou moderninho, e que ainda está “distante para acontecer no Brasil”.
O momento para atuar num ecossistema digital é agora. No setor de seguros, onde atua a empresa de tecnologia Sistran, vejo claramente um amplo ecossistema, interligando seguradoras, corretores, clientes, gerenciadores de riscos, prestadores de serviço e órgãos reguladores. Ao conectar toda essa cadeia produtiva, as partes ganham força para se desenvolver, há uma preocupação genuína com a necessidade de proteção.
A produtividade aumenta significativamente quando se divide o trabalho em especialidades e se trabalha de forma colaborativa, integradas digitalmente.
(*) Rogério A. Nunes, parceiro da Sistran, atuou por 30 anos como especialista e gestor de TI no mercado de seguros, bancário e indústria. Nos últimos 10 anos atua em consultoria empresarial em projetos de planejamento e melhoria e automação de processos. Formado em Administração, com pós e MBA em gestão de negócios.
2 de julho de 2019 | Atualizado dia 3 de julho de 2019
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